Os Estados Unidos No Século XIX

 

 

EXPANSÃO TERRITORIAL


Com a promulgação de sua Constituição e a eleição de George Washington para dois mandatos (1789-1797), os Estados Unidos lançaram um programa para desenvolver as bases econômicas do país. Assim, a economia passou a crescer de forma acelerada e as elites capitalistas almejavam aumentar seu mercado.

A população norte-americana crescia continuamente, mas os 5 milhões de habitantes (no início do século XIX) ocupavam a costa leste americana. Com o objetivo de ocupar melhor o território e transformar os EUA em um “grande país”, o governo passou a incentivar uma expansão territorial rumo à costa Oeste. A chegada de imigrantes europeus, em busca de melhores condições de vida e interessados em terras para trabalhar, ajudou na expansão e a população rapidamente atingiu os 7,2 milhões de habitantes.

A fim de incentivar ainda mais a imigração, o governo americano oferecia terras, até então pertencentes aos indígenas, a preços muito baixos. Movidos pela necessidade e ambição, várias caravanas rumaram para o

Oeste. Concomitantemente, os EUA empenharam-se em divulgar a doutrina do “Destino Manifesto”, que afirmava ser o país e seus povoadores escolhidos por Deus para ocupar as terras entre os Oceanos Atlântico e Pacífico e construir uma próspera civilização. 

Essa expansão provocou conflitos sangrentos contra os indígenas que habitavam o Oeste. Eles tentaram defender suas terras e sua cultura, mas sucumbiram diante da superioridade bélica e das doenças transmitidas pelos conquistadores. Estima-se que, de 1 milhão no início do processo expansionista, a população indígena tenha sido reduzida a aproximadamente 300 mil em 1860.

Outra forma utilizada pelos EUA para se expandir foi a anexação de territórios sob domínio de outros países. Esta anexação se deu através de três recursos: a compra, a cessão diplomática e a guerra.

Foram comprados os estados da Louisiana (1803), da França; A Flórida (1819) da Espanha e o Alasca (1867) da Rússia. Pela diplomacia, o Oregon foi cedido pela Inglaterra em 1846. Porém, foi através da guerra contra o México que os Estados Unidos deram um grande salto territorial. Foram anexados do México os atuais estados do Texas, da Califórnia, de Nevada, do Arizona, de Utah, do Colorado e do Novo México.

Em 1848, ano do fim da Guerra contra o México, foi descoberto ouro na Califórnia. A notícia provocou uma enorme corrida para os estados recém-anexados, acelerando o aumento populacional da região, o que incentivou a construção das primeiras estradas de ferro ligando as duas costas norte americanas.

 

GUERRA DE SECESSÃO

Em meados do século XIX, as perspectivas econômicas dos Estados Unidos eram as melhores possíveis. Com a expansão e o aumento populacional, o mercado interno aumentou significativamente. Mas não havia concordância em relação ao projeto a ser aplicado.

O nordeste do país era formado por uma rica burguesia industrial e por uma classe operária forte e bem organizada, enquanto o sul e sudeste eram representados por uma elite rural que havia ampliado seu poder e explorava a escravidão negra. Diante desse impasse, os industriais do norte, conscientes das possibilidades econômicas, passaram a pressionar em favor da abolição da escravidão. Nesse contexto, tem início a Guerra de Secessão (1861-1865).

Sentindo-se pressionados, sete estados do sul rompem com os Estados Unidos e formam os Estados Confederados da América, presididos por Jefferson Davis. Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos, não reconhece o rompimento e declara guerra à União para reincorporá-los. O sul conseguiu boas vitórias no início, mas a superioridade bélica do norte impôs-se ao longo do conflito.

Proclamada a abolição, em 1863, os ex-escravos apoiaram os exércitos do norte e, ainda nesse ano, o sul foi derrotado na Batalha de Gettysburg. Mas foi somente em 1865 que a guerra teve fim com a rendição completa do exército sulista. Nesse mesmo ano, Abraham Lincoln foi assassinado por John Booth, um sulista, quando saía de um teatro em Washington.

A paz não encerrou os ressentimentos e os negros foram perseguidos em vários estados do sul. Algumas organizações racistas, como a Ku-Klux-Klan, foram criadas com o objetivo de perseguir, torturar e matar negros.

 

RECONSTRUÇÃO

Após os estragos provocados pela guerra (600 mil mortos e 8 bilhões de dólares em gastos), era preciso reconstruir o país rapidamente. Enquanto a economia agrícola do sul foi prejudicada pela concorrência, o norte aumentou seu ritmo de crescimento industrial com leis protecionistas para as indústrias.

Visando à integração do país, várias estradas de ferro foram construídas e, em 1880, a malha ferroviária já atingia 150.000 km. Assim, apesar das perdas humanas e prejuízos financeiros, a guerra foi fundamental para o desenvolvimento dos Estados Unidos, transformando-os em uma das principais potências industriais do mundo no final do século XIX.

http://educacao.globo.com/historia/assunto/liberalismo-no-ocidente/os-eua-no-seculo-xix.html